QUEM ME SEGUE

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"O Senhor te abençoe e te guarde,
O Senhor sobre ti levante o seu rosto ...
e te dê a Paz."

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ANO NOVO

Poema de Jonathas Braga

Ano Novo, nova vida
que o Senhor dos céus nos dá!
Toda veiga está florida,
todo campo verde está:
tudo aspira nova vida
que o Senhor dos céus nos dá! 

O Ano Velho tem passado, Para nunca mais voltar!
O seu pranto tem cessado, para nunca mais tornar,
que o Ano Velho tem passado, para nunca mais voltar!
Tudo agora é novo, tudo numa nova vida traz! Dediquemos ao estudo nosso tempo e nossa paz, pois agora é novo tudo, que uma nova vida traz!

Ao Altíssimo imploremos muitas bênçãos celestiais,
e louvores mil lhe demos pelo Novo Ano que traz,
e, contritos, lhe imploremos muitas bênçãos celestiais!

sábado, 24 de dezembro de 2011

O MOTIVO DO MEU NATAL

Não é o presépio, nem a manjedoura.
Não é Papai Noel, nem os presentes que ele sempre traz.
Não são as luzes que enfeitam as casas e as cidades.
Não é a alegria que contagia as pessoas nesta data,
quando durante o ano tudo parece triste e sombrio.
Não são as promoções, por mais tentadoras que elas sejam.
O motivo do meu natal se chama Maria,
mas não é a mãe do meu Mestre e Senhor.
A minha Maria, motivo do meu Natal, é minha Mãe,
mulher de muitas faces, meiga, suave, serena,
mas ao mesmo tempo firme, forte e rígida.
Como a Mãe do meu Mestre, a minha Maria é sábia
e edificou sua casa na Rocha.
Durante toda minha existência
passei um único natal longe dela,
foi o mais triste e o mais pesaroso
(mesmo cercada de pessoas tão especiais)
por não poder abraçá-la e beijá-la.
Por não poder acordar logo cedinho
e cantar-lhe "parabéns prá você..."
Mãe, você é o meu melhor presente,
a minha jóia preciosa e rara.
Que Jesus te abençoe rica e abundantemente,
e que estejas sempre aqui,
para afagar meus cabelos (agora já enbranquecidos),
para me dizer uma palavra chamada "paciência",
sempre que a luta parece travada e o mar revolto;
para sempre ouvir você cantar
"o Sangue de Jesus me lavou, me lavou..."
ou ainda: "Com Cristo no barco vai tudo bem..."
Para te dizer: MÃE, EU TE AMO!
Você é a minha MARIA.
O motivo do meu natal.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Natal

Poema de Olavo Bilac (1865 – 1918)

No ermo agreste, da noite e do presepe, um hino
De esperança pressaga enchia o céu, com o vento...
As árvores: “Serás o sol e o orvalho!” E o armento:
“Terás a glória!” E o luar: “Vencerás o destino!”
E o pão: “Darás o pão da terra e o pão divino!”
E a água: “Trarás alívio ao mártir e ao sedento!”
E a palha: “Dobrarás a cerviz do opulento!”
E o teto: “Elevarás do opróbrio o pequenino!”
E os reis: “Rei, no teu reino, entrarás entre Palmas!”
E os pastores: “Pastor, chamarás os eleitos!”
E a estrela: “Brilharás, como Deus, sobre as almas!”
Muda e humilde, porém, Maria, como escrava,
Tinha os olhos na terra em lágrimas desfeitos:
Sendo pobre, temia; e, sendo mãe, chorava.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A MANJEDOURA E A ESTRELA


De: Florilégio Cristão

ESTRELA (arrogante) — Eu moro nas alturas consteladas e ando por entre as gázeas nebulosas, no éden, onde as estrelas são as fadas de longas cabeleiras luminosas. A via-látea é o tálamo argentino onde derramo toda a minha luz. — Iluminar o céu é o meu destino, pois para isso na amplidão me pus. Nem águias, que transpõem cordilheiras, atingirão jamais onde eu habito, porque, cheias de tédios e canseiras, jamais penetrarão pelo infinito. Estrela sou na etérea imensidade, a fúlgura janela de cristal por onde espia Deus, da eternidade, o mundo cheio de tristeza e mal. E tu, quem és, humilde Manjedoura, para que contes toda a tua glória? Hás de passar: eu sou imorredoura, pois não tem fim a minha trajetória.

MANJEDOURA (humilde) — Eu nada valho diante de uma Estrela, que enche o infinito todo de clarão, porém, não sendo eu fulgurante e bela, a minha glória não é sem razão — Vivo na terra, habito com a pobreza e nada sei da tua formosura; sou palha seca, seca e sem beleza, e só o pobre pária me procura. Os bois, que mugem ao cair do dia, buscam-me sempre com satisfação, porque o meu feno à fome que os crucia vai-lhes servir de abençoado pão... Não sou de Deus janela, como dizes ser entre os astros todos do infinito, mas os que vêm a mim são mui felizes e de alegria soltam o seu grito. Isso me satisfaz, é a minha glória, se não clareio o céu, que quero mais? Cheia de ilustrações é a minha história, mais bela que a dos mundos siderais.

ESTRELA — Não creio no que dizes, és falace e, arrependida, a fronte não inclinas... Que seria do mundo, se faltasse o brilho das Estrelas peregrinas?

MANJEDOURA — Embriaga-te o fascínio das alturas e muito grande tu desejas ser, mas, apesar de tudo, não procuras um caso extraordinário me dizer!

ESTRELA — Pois ouve lá: Há séculos passados, quando guerra no mundo não havia, de entre outros astros de clarões dourados, que transformam a noite escura em dia, fui escolhida, pelas mãos divinas, para desempenhar uma missão de procurar ao longo das campinas a do Messias pobre habitação. Tomei o meu diadema luminoso e, de lampejos novos me vestindo, tornei o espaço mais esplendoroso. E nesse dia o céu ficou mais lindo. E, cheia de fascínio, caminhando através do atapetado céu, parti, o berço do Messias procurando, do Cristo cuja face inda não vi. Errei pela amplidão da Palestina, como quem busca para si tesouros, como quem o seu nome não declina quando a vitória aos pés lhe atira os louros. Depois olhei no engaste azul celeste para escutar dos anjos as canções e embaixo vi Belém, de humilde veste, sorrindo para todas as nações... Jesus nascera, o Salvador do mundo, cuja choupana iluminei, radiante, Ele na terra, em seu fulgor profundo, eu a fulgir no páramo distante! Tiveste tu a glória sublimada de, sobre a casa onde Jesus nasceu, brilhar — opala grande e iluminada — como naquele dia brilhei eu?

MANJEDOURA — Somente tu, Estrela fulgurante, brilhaste sobre o teto do Messias, mas não estavas tu no céu distante, como ver ao menino poderias? Foste menos feliz do que eu, no entanto, porque não contemplaste o Salvador, teu orgulho dos cimos era tanto que nem pudeste ver o bom Senhor! Pois eu vestes não tive aparatosas, nem me enfeitei de contas de esmeraldas, nem o meu solo atapetei de rosas, nem ostentei coroas e grinaldas, para, naquele dia memorável, ouvir dos anjos as canções sem fim, porque, sendo eu humilde e miserável, o Salvador nasceu dentro de mim! Fui eu quem teve a dita sublimada de receber a criança no regaço, quando, naquela noite iluminada, brilhaste no zimbório azul do espaço; fui eu quem, ao abrir no infinito os olhos abrasados pela luz, sorriu na terra para o peito aflito, no primeiro sorriso de Jesus!

ESTRELA — Tu tens razão. .. Adeus! Onde cintilo, pairam as nuvenzinhas cor-de-rosa, e inda percebo ouvir no céu tranqüilo as melodias da harpa sonorosa. .. Adeus! Adeus! O espaço me convida e eu devo alar-me para os céus azuis; vou procurar em Cristo a eterna vida, pois vida eterna só há em Jesus!

MANJEDOURA (sozinha) — Nasceu Jesus! Hosanas nas alturas e paz na terra aos homens que Deus ama! Vibrem de gozo todas as criaturas, porque do céu perfume se derrama e a terra toda se enche de alegria para aclamar Jesus, o Sumo Bem, o Rei nascido numa estrebaria, na manjedoura humilde de Belém.

POEMAS DE NATAL


 PRESENTE PARA JESUS

Poema de João de Deus Ferreira 

Queria que o meu Jesus,
que faz anos neste dia,
tenha festa, tenha luz
e muita, muita alegria.

Como eu, ele há de gostar
de receber um presente!
Que lhe devo então levar,
para ficar mais contente?

Lindo brinquedo talvez
lhe desse satisfação!...
Mas será bem mais feliz,
se lhe der meu coração.

Meu coração pequenino,
meu Jesus, ofereço a ti;
Tu aceitas um menino,
Tu recebes mesmo a mim!

sábado, 10 de dezembro de 2011

MINHA BÍBLIA


Autor: Paulo Lício Rizzo

Bíblia! Tua luz divina em facho alcandorado
Levou à minha mente a glória da verdade,
A paz e o conforto...

Meu coração febril, então desesperado,
Achou, num mundo hostil e cheio de maldade,
um remansado porto!

Bíblia! Eflúvio doce em meio da amargura,
Canto de amor na mata escura e tenebrosa
Dos ódios dessa vida...
A filha mui querida!...

Compasso da existência a apontar bem certo
Ao viajor cansado as rotas da justiça
E a porta do infinito!
Eu quero ter-te aqui, aqui sempre bem perto,
No fragoso ardor desta agitada liça
Por onde eu periclito!...

Quero sentir-te quente, a acalentar-me a alma,
Quero sentir-te clara, a iluminar-me a fé,
Rasgando no horizonte esplendorosa luz,
E quero, ó, quero, sim, em ti encontrar calma,
Poder e proteção, ao vacilar-me o pé
ao peso esmagador da esmagadora cruz...

Porque essa Bíblia Santa é muito mais que ensino,
É bússula certeira em todo desatino,
É uma espada e é broquel, é espirito e é vida,
É bálsamo eficaz pra alma dolorida...
Eu amo, sim, eu amo essas páginas belas
E reconheço e vejo em todas, todas elas,
Palavra de censura ou maternal carinho,
A lâmpada aos meus pés e a luz no meu caminho...