Poema de Myrtes Mathias
Perguntaram um dia a um pedaço de argilaque exalava um suave odor:
- De onde te vem este perfume, se és apenas lama?
Ao que ela respondeu, humildemente:
- Morei muito tempo, perto de uma flor.
Por isso quero, tal como Maria,
demorar-me a Teus Pés, meu Salvador,
para mostrar depois, em cada ato,
que entre mim e Ti houve o contato:
como na história da lama e da flor.
Que a lama se desfaça sob a chuva,
ou que do sol se resseque ao calor;
no fundo dalma, onde Tu habitas,
haverá sempre a fragrância bendita:
como na história da lama e da flor.
Em Teu nome farei grandes coisas,
dessas que tornam o mundo melhor.
Se “tudo que é pobre e fraco se parece comigo”,
quero provar-lhes que, estando contigo,
se repete a história da lama e da flor.
E até que o mundo possa Te ver em mim,
como na argila o perfume da flor,
transformarei num hino a minha fraqueza:
feliz argila, pobre e sem beleza,
que por ser tão pequena faz seu Deus maior.
Pois quero, antes de voltar ao céu,
para reintegrar-me em Ti, meu Salvador,
ouvir dos lábios dos que sabem ver:
- Ela não teve um mérito sequer,
foi uma história simples de argila e Flor.
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